O Young do Paraná e o fim do mundo

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Era para o último sábado ter sido o último dos sábados. Para a sorte de cinco criativos que podem ir de graça para França no próximo Festival de Cannes, não foi.

Quarta-feira sai o resultado, definindo quais serão os dois sortudos. Corrigindo, sortudo é modo de dizer. Porque estar ali naquele shortlist e, ainda mais, ser um dos dois escolhidos para compor a delegação de Youngs Brasileiros não tem nada a ver com sorte. E sim com trabalho, persistência e talento. Muito talento.

Para os outros 12 criativos que ficaram de fora da “lista curta”, também não foi o fim do mundo.

Tenho certeza que o Young fez com que eles corressem atrás de terminar aquelas peças que todo mundo tem na gaveta e também que tivessem um olhar mais crítico sobre o próprio trabalho na hora de escolher as 10 peças gráficas e 5 eletrônicas que entrariam na pasta.

O Young dá trabalho. Inclusive para o júri. Eu, o Sérgio Takahata, o Marcos René e o Claudio Freire trabalhamos das 14h30 às 18h30 – além do Emmanuel Publio Dias, do Alê Magno, da Amanda e de todo o pessoal do CCPR que acompanhou e organizou a votação. 

O julgamento aconteceu em dois momentos.

No primeiro, somente os três ex-Youngs votaram – vimos todas as pastas gráficas e, depois, todas as eletrônicas em ordem alfabética. Só então entregamos as notas ao CCPR, que tabulou e ordenou a classificação.

Nessa segunda fase, o Claudio Freire, que tinha sido indicado pelo júri, também entrou na discussão. Definimos quais eram os dois vencedores e, a partir daí, revimos todas as pastas e ajustamos todas as notas, discutindo portfólio a portfólio, quase peça a peça. Quem investiu os R$ 95 da inscrição teve o retorno em atenção e dedicação de cada um de nós – que, fique registrado, fomos remunerados apenas com Coca morna e vininha gelada.

A grande surpresa da tarde (tirando o fato do chão não ter se aberto e os anjos não terem descido dos céus em meio à labaredas e trombetas) foi o baixo número de inscrições.

Tínhamos duas vagas e apenas 17 inscritos. Mesmo redatores e diretores de arte são capazes de fazer essa conta: 8,5 candidatos por vaga (quem será que era o “meio” criativo da história?). Muita gente que, inclusive, já enfrentou os 30 candidatos no vestibular não quis mandar o portfólio. Pelo visto, eles acreditavam mais no apocalipse do que no próprio trabalho.


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